Dada a engenharia de construção identitária proposta pela sociedade contemporânea, todos nós, em um determinado momento de nossas vidas, precisamos constituir um senso de que estamos contribuindo para um propósito maior, lapidando assim a sensação de perpetuação na sociedade.
Esse senso tende a surgir entre os 30 e 60 anos, justamente no período em que os indivíduos começam a pensar no futuro e a temer uma possível estagnação no avanço psicossocial das próprias vidas.
De acordo com as observações clínicas de Erik Erikson, o medo da estagnação e o desejo de ser perpetuado geralmente assumem a forma de criar uma família, construir uma carreira ou servir a uma visão social ou política. Se o indivíduo se nega a participar dessas marcas antropológicas da própria sociedade, expõe-se ao risco de viver o ressentimento e a depressão constantes.
Um dos meios mais comuns de desenvolver um senso de propósito e perpetuação (ou sentir-se como se estivesse “retribuindo” aos mais jovens) é através da geração de filhos. De acordo com Erikson, os indivíduos tendem a ter filhos justamente quando fracassaram em todas as etapas anteriores de seu desenvolvimento psicossocial.
Isto é, o indivíduo, não tendo atingindo a integridade da identidade do ego e de suas habilidades industriais, não tem nada a oferecer à sociedade. Multiplica-se então em uma tentativa desesperada de que a insignificância daquilo que sente a respeito da própria existência possa se perpetuar, mantendo a esperança de que as futuras gerações possam cumprir aquilo que ele não foi capaz de cumprir.
Referência bibliográfica
Erikson, E. H. (1968). Identidade, Juventude e Crise. Editora: Zahar.
A sociedade caminha conforme manda o sistema .
o texto aborda a necessidade que as pessoas têm de construir um senso de propósito e contribuição para a sociedade entre os 30 e 60 anos. Segundo Erickson, o medo de estagnação e o desejo de se perpetuar levam as pessoas a buscar construir uma família, ter uma carreira ou servir a uma causa social. Caso não participem dessas marcas da sociedade correm o risco de viver em constante ressentimento e depressão. Ter filhos é uma forma comum de desenvolver esse senso de propósito e contribuição. Segundo Erickson, as pessoas tendem a ter filhos quando não alcançam sucesso nas etapas anteriores de seu desenvolvimento psicossocial, buscando assim deixar um legado para as futuras gerações.
Partindo da noção de Erickson de que os filhos seriam um lembrete da necessidade de relevância de si. Um postergar do seu legado frente à sua insatisfação existencial. Um projeto que visa perpetuar suas contribuições no mundo. Por mais que aceitemos a noção dos estágios de desenvolvimento psicossocial do professor, ainda surgem questões: Se é nessa fase, entre os 30 e 60, que procura-se “multiplicar”, tendo como base sua consciência de falibilidade em relação ao desenvolvimento de si, seria correto dizer que todos falham, tanto os que tem ou os que angustiam-se por não terem em sua juventude? E também os que não tiveram e procuram substituí-los por outra coisa ou pessoa? Se a resposta for positiva -o que aparenta ser mais plausível -, a tendência seria que ter filhos, ao invés de ser um fracasso, seria o curso normal da existência, isto é, o funcionamento correto da sociedade.
Não temos caminhos próprios, não temos liberdade, escolhemos o que já existe , e somos dominados pelo que já está feito e em andamento.
Passa o bastão. para Erikson o individuo quando atravessar a crise da meia idade fara uma reflexão profunda sobre sua utilidade e contribuição nessa sociedade. Se a resposta for negativa e ele, individuo não encontrar meios de solucionar isso, terá um término de vida depressivo e frustrado. O que lhe resta então? Transferir para uma versão sua, o filho, a responsabilidade de faze-lo de dar continuidade, de realizar o que o individuo por diversos fatores não foi capaz de realizar e dessa forma passando o bastão para a nova geração o sujeito espera mesmo que de forma efêmera encontrar a “paz”.
Quando a pessoa não atinge o proposito, se conforma aonde conseguiu chegar e estgna na vida, então para se ter relevância, tem filhos, finalizando assim o seu percurso e vivendo com o que consegiu no decorrer da vida, então suas espectativas são transferidas ao suposto sucesso do filho, seu fruto.
Sendo bem subjetiva e expondo minhas próprias opiniões, preciso afirmar que amo Erickson, porque de maneira simples e pedagógica, ele explica a essência de todo ser humano, aquilo que todos nós temos em comum. A partir dos 30, se fizermos um esforço para retirarmos muitas das “máscaras” que construímos para aliviar nossa dor, veremos que começamos uma busca incessante rumo ao nosso propósito de vida principal.
A sociedade e suas regras.
Acredito que pessoas vivem muito bem com suas próprias escolhas, que não sejam voltadas as que a sociedade vê e impõe como corretas.
Talvez um dia já foi, onde pessoas adoeciam por terem certas dificuldades ” em fazer o correto”, pessoas querendo ser elas mesmas mas com medo de serem mal vistos pela sociedade!
Hoje vejo que os tempos estão mudando, pessoas estão mais flexíveis respeitando mais e aceitando cada um como são.
Todos nós tememos o fracasso, um filho talvez não seria um pensamento de desfocar do fracasso!?
Boa noite
Será para Erik Erikson, Eros a maior força ativa no individuo? Se sendo, aqui se revela um sintoma. Olhando para a possibilidade de ou não exposição ao ressentimento ê ou depressão traria como soma a liberdade. O medo da liberdade gera no individuo a necessidade de construir família(ter filhos)…
Quando observo a necessidade de fazer parte de um grupo ou associação em prol dum “legado” ou uma “identidade”, receio que deste, nenhum individuo é capaz de fugir pq daqui se é capaz de justificar a própria existência. Nos restando apenas escolher qual legado queremos galgar como observado por E.Eriksob _ na minha avaliação _.
Ter ou não ter família,filhos,reis a questão somos seres criados para vivermos em grupo e a família representa o primeiro grupo do qual fazemos querer dar continuidade a esse grupo por meio de filhos nos permite deixar um legado positivo ou negativo dependendo de como esse grupo foi formado ,quais as bases de sustentação ,a não continuação desse grupo com certeza irá mexer no emocional do homem pq culturalmente fomos criados pra deixarmos legado se não tem pra quem deixar causa um sentimento de fracasso e consequentemente um sentimento de frustração
Particularmente me identifico com Erik Erikson quando ele relata sobre o medo da estagnação e o desejo de se perpetuar formando uma família, pois afinal vivemos numa sociedade em que se formos diferentes seremos criticados e até excluídos por determinados grupos; mas a partir dos 30, deixamos nossas máscaras e buscamos viver segundo a nossa própria visão de mundo.
M parece coerente , vemos muito disso em sonhos comuns de sucesso n alcançados onde o erdeiro recebe o jugo de ter ou continuar aquilo que o progenitor n consseguiu
O desenvolvimento do proposito é necessário pois, só sabendo qual o nosso papel é que poderemos exercer um deles. Devemos ter em mente que estamos a viver para contribuir para uma sociedade mais justa.
Não importa qual seja o nosso papel o importante é ser protagonista de nossa historia e ajudar as pessoas a serem as delas mesmo.
Para tanto, precisamos saber quem somos e qual o nosso grande objetivo, não se pode navegar em uma canoa se não remar o remo.
Precisamos sim, ter nosso nosso proposito definidos e alinhados para que possamos deixar um legado e nossa contribuição na sociedade.